Reflexão!

Uma amiga me mandou um texto hoje (a mesma amiga que me enviou "Viver Despenteada") e, apesar de ser de um autor ateu e com um currículo um pouco complexo e duvidoso,o texto é muito bom e me fez refletir um pouco.

George Carlin foi um ator norte-americano que morreu no ano passado e escreveu alguns textos polêmicos, o mais conhecido foi: "Sete Palavras que não se podem dizer em Televisão"....prefiro não comentar.

Poucos de seus textos não criticam a religião (outra dúvida me surge agora, com qual conhecimento,né? enfim....), segue abaixo então o único que pra mim valhe a pena:

" Nós falamos demais,
amamos raramente,
odiamos freqüentemente.
Nós bebemos demais,
gastamos sem critérios.
Dirigimos rápido demais,
ficamos acordados até muito mais tarde,
acordamos muito cansados,
lemos muito pouco, assistimos TV demais,
perdemos tempo demais em relações virtuais,
e raramente temos tempo para DEUS.
Multiplicamos nossos bens,
mas reduzimos nossos valores.
Aprendemos a sobreviver,
mas não a viver;
adicionamos anos à nossa vida
e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua,
mas temos dificuldade em cruzar a
rua e encontrar um novo vizinho.
Conquistamos o espaço,
mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores,
mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo,
mas não nosso preconceito;
escrevemos mais,
mas aprendemos menos;
planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar
e não, a esperar.
Construímos mais computadores
para armazenar mais informação,
produzir mais cópias do que nunca,
mas nos comunicamos cada vez menos.
Estamos na era do 'fast-food'
e da digestão lenta;
do homem grande, de caráter pequeno;
lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos,
vários divórcios,
casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas,
fraldas e moral descartáveis,
das rapidinhas, dos cérebros ocos
e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e
muito pouco na dispensa.
Lembre-se de passar tempo com as
pessoas que ama, pois elas
não estarão aqui para sempre.
Lembre-se dar um abraço carinhoso
em seus pais, num amigo,
pois não lhe custa um centavo sequer.
Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua
companheira(o) e às pessoas que ama,
mas, em primeiro lugar, se ame.
Um beijo e um abraço curam a dor,
quando vêm de lá de dentro.
Por isso, valorize sua família,
seus amores, seus amigos,
a pessoa que lhe ama,
e, aquelas que estão
sempre ao seu lado."

Benedicta


"Eu quero! Eu quero! Eu quero!" - foi mais ou menos assim que começou o nosso café da manhã em 2007, minha irmã mais velha insistindo pro meu pai que ter uma tatuagem não era tão ruim assim.
Como o que uma faz, as outras duas também querem fazer, minha outra irmã e eu decidimos encher a pouca paciência que sobrava do coitado do meu pai.

Ele se vendo sem saida, deixou, mas com uma condição: "Vocês podem fazer SE, e somente SE, sua mãe também fizer" - ele achava que minha mãe jamais faria uma tatuagem, mas ele nos subestimou, é CLARO que conseguiríamos convence-la.

Meses se passaram e BUM...ela topou. Meu pai não acreditava, mas promessa era promessa então estávamos liberadas para fazer. Fomos na mesma semana até o Sérgio (mais conhecido como Leds), conversar com ele, escolher os desenhos e marcar a data.
A Sil escolheu uma flor, a Thays um beija-flor, minha mãe uma rosa e eu uma joaninha.

Semanas se passaram e eu fui pensando na tal "joaninha"...eu não sou fã da natureza, morro de medo de insetos, qual o motivo então da tatuagem? Foi então que liguei no Leds e pedi pra desmarcarem...eu não queria mais. O resto da mulherada da minha casa foi, e todas ficaram incríveis.

Dez meses se passaram e eu tive a brilhante idéia de fazer uma tatuagem que representasse um pouco a admiração, respeito e amor que tenho pela minha família. Decidi então que seria uma rosa (em homenagem a minha mãe, minha princesa, minha amiga) e com uma simples palavra: BENEDICTA, que significa abençoada em latim, pela família que eu tenho.

Um ano depois da minha desistência, eu fui no Sérgio fazer a "nova" tatuagem. Doeu, doeu muito...mas as lágrimas valeram, melhor chorar do que nunca tentar,né?!!! Fui duas vezes por sinal, porque meu nervosismo não deixou o pobrezinho terminar direito o desenho dele...hahaha!!!!!

Agora....mais de um ano depois, eu quero fazer minhas duas últimas, a letra H (que é inicial do nome do meu avô paterno) com três borboletinhas representando minhas irmãs e eu. E a frase libera nos a malo, que significa "Livrai-nos do mal" em latim.

Viver Despenteada

Uma amiga me indicou um texto muito bom....a autora é desconhecida, mas vale a pena ler....principalmente as mulheres (ou melhor..SÓ AS MULHERES,rs)!!!!

"Viver Despenteada"

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie,
por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade…
O mundo é louco, definitivamente louco…
O que é gostoso, engorda. O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia…
- Fazer amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar à pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível…

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos
eu vou estar com o cabelo bagunçado…
mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.

É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável,
toda arrumada por dentro e por fora,
O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:
Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça,
coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique seria…

e talvez deveria seguir as instruções, mas
quando vão me dar a ordem de ser feliz?

O único que realmente importa é que, ao me olhar no espelho,
vejo a mulher que devo ser.

Dia dos Pais...


Hoje sentei na minha cama e tentei lembrar o que dei pro meu pai ano passado de Dia dos Pais...não cheguei à lugar nenhum...pelo contrário, fiquei com aquela agonia chata de não lembrar as coisas.
No vai e vem, pensei no que poderia dar esse ano, ou o que poderia escrever...foi quando passou um filme na minha cabeça, e antes que esse filme acabasse decidi pegar o computador e escrever algumas coisas mesmo que com antecedência, o importante são os pensamenos e lembranças.

Quando eu era mais nova (e confesso, até um pouco hoje em dia) tinha uma fixa idéia de que eu só seria inteligente se conseguisse ler "O Pequeno Príncipe" em mais de quatro línguas, só porque meu pai tinha todos os livros. Me interessava por Direito a ponto de pensar cursar a faculdade só para ver ele ter orgulho de mim. E percebi que não precisava ser igual à ele para ele me olhar e sorrir, eu só precisava mostrar que ele fez (e continua fazendo) um ótimo trabalho, modéstia a parte......

Meu pai sempre demonstrou para mim e para as minhas irmãs que ser esperto não é uma vantagem tão grande, os espertos gostam de levar vantagem em tudo, de tentar ser malandro, de achar a honestidade uma característica negativa. Meu pai sempre foi muito honesto, tem a teoria que se o padeiro colocar um pão a mais e você só notar em casa, tem que devolver o pão ou voltar para pagar.....e eu sempre pensei "$0,20?", mas a honestidade não é medida em moedas, é medida em atitudes e isso meu pai sempre teve. Além de honesto ele é gentil, gentil com a minha mãe, gentil comigo e com as minhas irmãs, gentil com as pessoas que estão nas ruas, até gentil com aquelas pessoas que não merecem nem um pouco de gentileza.
21 anos vendo a vida desse ângulo, por isso talvez que eu tenha medo das pessoas lobistas, das ambiciosas demais, dos espertinhos...por isso talvez que odeie quando meus amigos "pegam algo" do supermercado, da feirinha, da balada...não suporto levar vantagem. Isso tudo corrompe amizades e corrói amores. Apenas tenho que lembrar que as pessoas não são como meu pai, por isso às vezes a decepção me mata e as lágrimas me consomem.

Comecei a voltar no tempo....lembrar de quando meu pai brincava de esconde-esconde no escuro dentro de casa, comigo e com as minhas irmãs. Minha mãe não achava graça, sempre no final da brincadeira uma das três saia chorando...claro, meu pai tem um Q de Joselito...até as cócegas dele machucam, mas não é por mal...ÓBVIO que não, como citei acima, ele é a pessoa mais gentil que conheço, o problema é que ele nunca teve filho homem e talvez alguns momentos sinta falta de brincadeiras um pouco mais agressivas. Eu com 6 anos de idade já era viciada em futebol, sabia a escalação da seleção brasileira, sabia que o Romário era mal caráter e que o Corinthians era o melhor time do MUNDO. Ele me ensinou a jogar baralho também, nada de jogos de apostas, ele não queria me viciar, jogos bobos onde eu sempre ganhava. Meu avô fazia igual comigo, me fazia assistir aos jogos do Corinthians sentada em seu sofá de couro preto, com uma mantinha quadriculada, um cinzeiro ao lado (pra ele é claro) e gritando gol. Depois me levava até a mesa de jantar, me dava um copo do Garfield de plástico lotado até a boca de Guaraná e jogava cartas comigo...não me lembro de ter perdido uma vez. Tal pai, tal filho. Provavelmente casarei com alguém que deixe as crianças ganharem também, afinal.....dizem por ai que toda mulher procura em seu futuro marido a imagem de seu pai embutida.
Todo pai ensina o filho a ser guerreiro, não ter medo de nada...mas meu pai não foi assim, ele me ensinou a ter medo de tudo...de brincar na rua, de entrar no mar sozinha, de comer besteiras na feira, de andar nas ruas perigosas de São Paulo, de doenças contagiosas e de muitas outras coisas. Em compensação, meu pai me ensinou muitas coisas que ninguém ensina por ai, me deu base para ser quem eu sou, para crescer, para me entender, para ser feliz comigo mesma. Ele nunca pulou comigo de um brinquedo muito perigoso, tanto porque, ele tem medo também, mas me ensinou a viver num mundo rico, cheio de imaginação, garra, senso, bondade e amor dentro da minha cabeça.
Me ensinou a ouvir, a falar, a escrever...

Me sinto boba quando meus amigos mostram as cicatrizes que ganharam andando de bicicleta, eu nunca andei em uma. Mas me sinto a maior pessoa do mundo quando vejo os mesmos amigos me pedindo ajuda com as palavras de um e-mail sentimental, ou como acabar um relacionamento que não dá mais ao invés de fugir.
Descobri que o "príncipe no cavalo branco" dos contos de fadas na verdade é meu pai, ele pode não ser perfeito, mas ele me deu capacidade pra me tornar uma pessoa incrível, agora só depende de mim.

Criança....

Hoje acordei com vontade de voltar aos meus tempos mais infantis...onde correr na rua em dia de chuva era delicioso, onde a sensação do sorvete gelado na minha boca era coisa de louco, onde apenas estar viva e acordada já me trazia paz.
Eu fico imaginando, se com o passar dos anos os problemas tendem a aumentar, ou seja, aos 70 anos tudo teria um ar de infelicidade. Mas ao mesmo tempo posso mudar o que me incomoda desde já, para daqui 50 anos as coisas estarem em seu devido lugar.

Queria trocar o desemprego pelo zero na lição de casa, o TCC pelo trabalho de Artes, os homens pelas Barbies, a ressaca pela dor de barriga por comer tantas balas, as baladas caras por albuns de figurinha, a preocupação com a gripe suína pela preocupação com a bronquite...trocaria tantas coisas pra ser criança por mais um dia...